São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Collor quer apressar julgamento no Supremo

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O ex-presidente Fernando Collor de Mello quer apressar seu julgamento por crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha no STF (Supremo Tribunal Federal) para poder marcar sua agenda de comícios.
Collor ainda não definiu onde fará os comícios, mas decidiu fazê-los apenas em setembro. Ele receia que sua participação política na sucessão possa prejudicá-lo no processo do STF, segundo apurou a Agência Folha.
Até a semana passada, Collor planejava ir para comícios do PRN de Alagoas, Paraná, São Paulo, Sergipe e Pernambuco já na segunda quinzena deste mês.
"Quanto mais rápido o caso for julgado, melhor. Mas isso independe de qualquer posição política que o cliente (Collor) queira tomar", disse à Agência Folha Fernando Neves, advogado do ex-presidente.
Com os direitos políticos cassados por oito anos, Collor quer usar a sucessão para manter seu nome na mídia e se defender.
Mas perdeu sua principal vitrine quando o TSE (Superior Tribunal Eleitoral) o proibiu de usar o programa do PRN no horário eleitoral gratuito. Só lhe restam, agora, os palanques do PRN.
Seus aliados alagoanos têm posições divergentes quanto à participação ou não de Collor nos comícios antes do julgamento.
O presidente do PRN-AL, Kennedy Calheiros, disse que Collor "deve usar os palanques" para fazer campanha em todo o país.
O governador Geraldo Bulhões (PSC) afirma que Collor deve se manter afastado da política enquanto "estiver sub judice".
O processo no qual Collor é acusado junto com PC Farias e mais sete réus de corrupção passiva e formação de quadrilha está em fase de revisão no STF.

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