São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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CD-ROM vira mania e incrementa micro

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Feito o dono de automóvel que quer incrementar sua propriedade instalando um som da última geração, os donos de computador nos EUA descobriram o leitor de CD-ROM. É a nova mania para quem quer parecer "cool" e matar de inveja o vizinho de informática.
A estimativa é de que este ano sejam vendidos nos EUA 17 milhões de leitores de CD-ROM, três vezes mais que em 1993, dez vezes mais que em 1992. Alguns micros já vêm com CD-ROM.
Para quem ainda não chegou lá, os preços são cada vez mais convidativos. Em Nova York os modelos menos sofisticados custam US$ 150. Na outra ponta, há aparelhos que saem por mais de US$ 500 e incluem placa de som e caixas acústicas. São os chamados kits de multimídia.
O CD-ROM abriu um novo mundo para os infomaníacos. Usando esse aparelhinho acoplado ao computador é possível "tocar" CDs feito os de música, só que com imagens e muita informação. Já são mais de 3.000 títulos, custando a partir de US$ 25.
Há para todos os gostos. O pai que quer convencer o filho a passar de ano na escola pode presenteá-lo com a enciclopédia ilustrada da Compton's. Tem fotos, videoclipes, mapas e direito a áudio. Dá para ouvir o trecho de um discurso de Churchill (no verbete Segunda Guerra Mundial). Com a vantagem que o garoto pode levar a enciclopédia para a escola na mochila.
Sob o título de "Foco no Sucesso", a Compton's NewMedia agora quer se tornar o Lair Ribeiro da informática: lança em breve uma série de discos de auto-ajuda. Enquanto isso, a revista "Rolling Stone" se associou à MusicNet para colocar no mercado um CD interativo com videoclipes e informações sobre grupos de rock. Para os fãs do beisebol, a Microsoft tem um CD com a história do esporte.
Os jogos respondem por uma boa fatia do mercado. "Rebel Assault", baseado no filme "Guerra nas Estrelas", vendeu mais de 500 mil unidades em apenas 60 dias.
Na onda de popularidade do CD-ROM estão embarcando as grandes redes de varejo do país. Se antes só era possível encontrar esses títulos em lojas de informática, hoje até a Wal Mart, as Lojas Americanas daqui, oferece uma seleção dos discos mais vendidos. A Blockbuster, maior rede de videoclubes do país, passou a alugar CDs para o mesmo público em busca de filmes.
Também aderiram a essa onda artistas que decidiram trocar a massa pelo público sofisticado dos CD-ROM. O novo disco de David Bowie vai sair primeiro para ser tocado nos computadores e só depois nos aparelhos de som dos mortais comuns. Peter Gabriel também já experimentou a multimidia, num disco que embala a noite de muitos infomaníacos.
Os CDs ligados à música e ao cinema são os de maior potencial de venda. No final deste ano, chega ao mercado um título que foi desenvolvido por Pete Towshend, do grupo "The Who". O disco trará trechos da ópera-rock "Tommy" no cinema, em concertos e no musical da Broadway. Em parceria com a Warner, a Compton's lança no mês que vem "Imagine", que conta a vida de John Lennon incluindo texto, vídeos, quadros e até cenas domésticas inéditas do dia-a-dia do artista.
A nova aventura espacial de George Lucas, aquele do "Guerra nas Estrelas", não tem nada a ver com o cinema, mas com os CD-ROM. Em sociedade com Steven Spielberg, a Lucas Arts prepara um filme interativo que tem tudo para se transformar num megasucesso do gênero.
"The Dig" é uma aventura espacial em que um grupo de exploradores se perde num planeta cheio de mistérios e armadilhas. Diante do monitor, você se transforma no personagem principal do filme e tenta guiar a expedição de volta à Terra. Tem tudo para ser o "Jurassic Park" dos fãs de programas multimídia em CD-ROM.

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