São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994 |
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Do real ao dólar
LUIZ CAVERSAN RIO DE JANEIRO – Opinião colhida junto a um banqueiro carioca e a um técnico de primeiro time do mercado financeiro, com passagem pelo governo: a continuidade do atual plano econômico deverá resultar numa inflação mensal entre 0,5% e 1%.A hipótese da volta da inflação galopante não é totalmente descartada, embora seja uma hipótese remota para estes senhores acostumados a números. Para eles, um fenômeno interessante deve ocorrer caso a inflação volte: a população está gostando e se acostumará com a falta da inflação, com a moeda forte. No caso de o real "apodrecer", o caminho natual será a procura de uma outra moeda "boa". Ou seja, haverá uma dolarização informal de setores da economia que, antes do real, viviam à mercê da desvalorização permanente do dinheiro. Mas não é isso que se considera o mais provável, e sim a continuidade do atual quadro de estabilidade, estabilidade esta atribuída em boa parte ao "fair play" do ministro Ricupero. Espera-se que, com sua sua paciência beneditina, ele continue a tirar de letra as ingerências inoportunas do presidente Itamar. O ministro da Justiça estará hoje por aqui para falar de violência. Já tem agendado encontro com o governador Nilo Batista e deve-se avistar com as lideranças do movimento Viva Rio, que luta pela revitalização da cidade e pelo fim da beligerância ocasionada pelo crime organizado. Toda conversa, diálogo e troca de idéias são positivas. Melhores ainda quando acompanhadas de decisões e medidas concretas que redundem em mais segurança para o cidadão. É isso que se espera. O momento é mais que oportuno para que as autoridades dos três níveis –municipais, estaduais e federais– mostrem serviço. Há o movimento Viva Rio e há a disposição da comunidade em se mobilizar para sua autodefesa. Ao Estado, ao poder público, cabe assumir a liderança. Texto Anterior: O patômetro apita Próximo Texto: Um encanador é um encanador Índice |
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