São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994 |
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Tucanos querem criar superpartido
GABRIELA WOLTHERS
Os tucanos consideram perigoso deixar um possível governo de FHC sujeito às manobras dos deputados e senadores pefelistas. Unida nesta avaliação, a cúpula tucana se divide na hora de pôr em prática o projeto. Uma parte defende uma reforma partidária, com a extinção do PSDB e criação de uma nova legenda. A outra prefere que o PSDB continue a existir e aceite adesões de membros de outros partidos. O próximo Congresso terá 513 deputados, já que São Paulo aumentou sua bancada na Câmara de 60 para 70 parlamentares. Para ter a maioria na Câmara, o próximo governo precisará do apoio de 257 destes deputados. Com os conflitos internos do PMDB, a expectativa é a de que o PFL se tornará o maior partido do Congresso. Hoje com 89 deputados, os pefelistas estimam que poderão eleger cerca de cem parlamentares. Já o PSDB conta hoje com 48 deputados. Nem mesmo a mais otimista projeção calcula que os tucanos conseguirão dobrar sua bancada. O PMDB é o principal alvo. O objetivo é atrair os adversários do atual candidato à Presidência, Orestes Quércia. O problema é convencer os antiquercistas, que têm outro plano –ficar com a legenda e fazer com que Quércia saia do partido. Essa é a idéia da dissidência gaúcha, liderada pelo senador Pedro Simon e pelo candidato ao governo, Antônio Britto. No PT, o PSDB considera que uma eventual derrota do candidato Luiz Inácio Lula da Silva desencadeará a guerra final entre os radicais e os moderados do partido. A meta tucana é conseguir a adesão dos moderados –sob o argumento de, com o apoio, o governo conseguiria mais rapidamente voltar-se para a área social. Com relação ao PDT, aposta-se em uma "aposentadoria política" da principal liderança da legenda, o candidato Leonel Brizola. Texto Anterior: Brizola diz que duvida de virada Próximo Texto: FHC encerra simpósio em "bom sociologuês" Índice |
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