São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994
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Record baixa tom da crítica a partidos

DA REPORTAGEM LOCAL

A TV Record recomendou aos participantes dos seus programas jornalísticos que sejam cautelosos nos comentários sobre os candidatos às eleições e que sigam estritamente a legislação eleitoral.
O motivo da orientação foi a suspensão do programa "Record em Notícias", determinada na quarta-feira pelo juiz Celso Pimentel, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo.
Atendendo a representação do PT, Pimentel considerou que os comentaristas do programa haviam cometido, "em tese", crime de calúnia contra o candidato do partido ao governo de São Paulo, José Dirceu.
A suspensão foi sustada liminarmente na quinta-feira devido a mandado de segurança impetrado pela emissora. No mandado, a Record argui a inconstitucionalidade da legislação eleitoral.
"Pedir direito de resposta é legítimo, mas tirar do ar um jornal e proibir que as pessoas digam o que pensam é censura. A Constituição diz que é livre a manifestação de opinião", diz o diretor para assuntos corporativos da emissora, Dermeval Gonçalves.
Segundo Dermeval, a orientação de "cautela" foi baixada na quinta-feira. No entanto, ele nega que, com a recomendação, a Record tenha admitido privilegiar partidos. "Enviamos ofício a todos para que participassem do programa", afirma Dermeval.
Apesar de discordar da lei eleitoral, a Record diz que vai se submeter a ela até que seja julgado o mérito da arguição de inconstitucionalidade.
"Nós não podemos correr o risco de ficar fora do ar. Temos um compromisso com o público e com os anunciantes", diz Dermeval. Numa próxima punição, a emissora pode perder quatro horas da sua programação jornalística.

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