São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994 |
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Estranho imobilismo Dados apurados pelo Datafolha acerca das intenções de voto para o governo de São Paulo indicam que o senador Mário Covas mantém uma folgada liderança que, caso a eleição fosse hoje, o dispensaria até mesmo de passar pelo segundo turno. Com mais de 50% da preferência do eleitorado paulista, Covas vai, a cada dia, chegando mais perto do Bandeirantes. De fato, dizia-se que o senador não conseguiria manter-se por muito tempo em índices superiores a 45%; que quando começasse a campanha pelo rádio e televisão os demais candidatos, ainda pouco conhecidos do público, cresceriam. Até o momento, com pouco mais de uma semana de horário eleitoral gratuito, nada disso aconteceu. A variação das intenções de voto está dentro da margem de erro para todos os candidatos. E os resultados, em certo sentido, surpreendem. Por menos conhecidos que sejam Barros Munhoz, José Dirceu e Luiz Antônio de Medeiros, causa surpresa que a máquina do PMDB paulista, a força da militância petista e o peso eleitoral de Paulo Maluf –os trunfos por trás de cada uma dessas candidaturas– não tenham sido capazes, até o momento, de conquistar mais do que 10% do eleitorado paulista. Também é digno de nota o fato de o candidato peessedebista pouco ou nada ter-se beneficiado do forte crescimento da candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Se a polarização é a marca da eleição em nível federal, no Estado de São Paulo o imobilismo é a grande característica. É como se fossem duas eleições em dois países distintos, separados por um grande oceano. Texto Anterior: Lua-de-mel Próximo Texto: O risco do exagero Índice |
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