São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994 |
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Lula vocaliza o sentimento da massa Folha - Pergunta obrigatória na campanha à Presidência: como é que está a sua saúde? O sr. fez algum "check-up" recentemente? FHC - Eu fiz um "check-up" sim. Está ótimo. Folha - Quantas horas o sr. tem dormido? FHC - Umas cinco. Eu preciso de seis. Eu durmo bem. Eu não durmo, desmaio. Eu durmo na cama, durmo no automóvel, me recupero. Mas eu preciso dormir. Sem dormir a coisa complica muito. Folha - Atividade física o sr. faz regularmente? FHC - Regular, não. Mas dentro da campanha eu me sinto melhor, porque ando muito. Anda-se muito, vai para a rua. Esgota menos do que ser ministro da Fazenda. Folha - O sr. está tomando vitaminas? FHC - Não. Eu não estou tomando nada. Tenho ganho vários remédios, mas não estou tomando nada. Folha - Havia um fato ou lenda de que o sr. não gosta muito de campanhas... FHC - É lenda. A vida inteira disseram isso. É preconceito. É preconceito porque eu sou intelectual. - O sr. pretende morar no Palácio da Alvorada, se eleito? FHC - Não pensei nisto. Eu não tenho dinheiro para pagar uma casa do tipo da do Collor. Aqui, não posso. O apartamento é do Senado. Vou pedir a alguém para me emprestar uma casa? Não vou. O Lula que é o Lula acabou tendo que morar em uma casa emprestada, porque é líder de um partido. Não dava para ele morar mais na sua casa, que eu conheço. Folha - Vai ter petistas no seu ministério? FHC - Se eles quiserem, pode. Folha - Qual a principal qualidade que o sr. vê no Lula? FHC - Eu acho que o Lula é um grande líder de massa. Um grande líder de massa. Ele vocaliza rapidamente, com argúcia, o sentimento de massa. Texto Anterior: Collor abriu a agenda, mas se arrebentou Próximo Texto: Fernando 2º, imperador do Brasil Índice |
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