São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Lei Zico é uma porcaria', diz assessor da CBF

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha falou com dois representantes da CBF, que tentaram explicar a discrepância entre o estatuto e a legislação federal.
"Primeiro que esse decreto e essa lei Zico são duas porcarias, mas lei tem que obedecer", afirmou Horácio da Silva Pinto, assessor jurídico da CBF.
Segundo ele, o objetivo da lei era permitir que os clubes da primeira divisão pudessem votar nas assembléias da CBF.
"Isso já foi um avanço. Porque, se tivesse como na Europa cinco divisões, ia votar todo mundo? Não faz sentido", disse.
O advogado não acredita que o estatuto vá contra a lei Zico. Mas disse que os clubes da segunda divisão e da Copa do Brasil não vão poder votar, como determina a lei.
"Essa lei é protecionista, o objetivo dela não foi dar voto a todo mundo. Senão, um clube da terceira divisão do Rio vai ter a mesma força de um Palmeiras. Seria igualar forças absolutamente desiguais, o que é um absurdo", afirmou.
Para Silva Pinto, "a lei é para ser lida e interpretada e qualquer tema jurídico é discutível".
Já o assessor de imprensa da CBF, Nelson Borges, preferiu não comentar o caso. "Essa que você tem aí não é a lei aprovada pelo Congresso. Deve haver algum equívoco", disse, sem saber que texto tinha a reportagem da Folha.
Ao ser informado que era o texto publicado no "Diário Oficial" da União, sugeriu que a Folha falasse com Carlos Eugênio Costa, diretor jurídico da CBF.
Procurado desde o início da semana pela Folha, Costa não atendeu nem retornou as ligações.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está fora do país.(HuSa)

Texto Anterior: Novo estatuto da CBF tem irregularidade
Próximo Texto: Times de divisões inferiores votam na Europa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.