São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Brasileiro consome 1,85 livro a cada ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Há dez anos, no turbilhão da abertura democrática, o mercado editorial brasileiro recebeu um sopro de vida definitivo. Mas a história e a biópsia desses anos ainda estão por ser feitas.
É um mercado que pouco se conhece. No ano passado, para remediar isso, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) se associou à Fundação João Pinheiro, para providenciar as estatísticas do setor (veja nesta página).
No entanto, faltam muitos dados e a leitura relativa desses dados. Quais são, por exemplo, as dez maiores editoras do Brasil em faturamento? Não se sabe. Por que o faturamento do setor de coleções aumentou em 145% de 1992 para 1993? Não se tentou responder.
Mas há dados muito interessantes entre os levantados pela Fundação João Pinheiro até dezembro de 1993. Um deles é o de que o consumo per capita de livros em 1993, no Brasil, foi de 1,85 livro por pessoa ao ano.
Esse dado encontra apoio em outro –o de que a produção de livros no Brasil nos últimos anos variou da seguinte forma, em milhares de títulos: 22,4 em 1990, 28,4 em 1991, 27,5 em 1992 e 33,5 em 1993. Ou seja, pouco alterou.
1992 foi um dos piores anos para o mercado, que começou a se recuperar em 1993. Daquele ano para este o faturamento global do mercado aumentou em 15,9% –e o número de exemplares vendidos, em 98,7%.
O setor mais forte em rendimento e vendas, o didático, foi o cresceu mais significativamente entre 1990 e 1993. Vendeu 72,8 milhões de exemplares em 1990; em 1993, passou a 161,7 milhões.
No entanto, de 1992 para o ano passado sua participação no faturamento global caiu, de 41,5% para 33,6%.
Outro setor que cresceu foi o de livros religiosos. Vendeu 25,3 milhões de exemplares em 1990; em 1993, 48,1 milhões.
Em termos de faturamento, entre 1992 e 1993 o setor de coleções cresceu significativamente, mas em números de exemplares vendidos sua participação no total é só de 5,3%.
Outro dado curioso é que as reedições representaram 63,6% do total de exemplares vendidos em 1992 e, em 1993, passaram a representar 68,3%.
A 13ª Bienal do Livro também apresenta um dado que dá o que pensar: apesar de apenas 14,6% do faturamento global vir do setor de literatura geral, 47,4% dos estandes são dedicados a ele.

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