São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994 |
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Delegado apura morte em Campinas
LUCIANA CAMARGO
O inquérito foi aberto na quarta-feira passada, depois de investigações iniciais feitas a partir de uma denúncia anônima. A denúncia desmente a versão oficial apresentada pelo Caism no dia da morte de Sandra, em 18 de fevereiro. No boletim de ocorrência feito na época, Sandra deu entrada no hospital com o aborto em andamento. A denúncia diz que o aborto foi feito no Caism. A denúncia foi feita no dia 19 de junho passado, três dias depois de a Folha ter publicado entrevista com o diretor do Caism, Aníbal Faundes. Na entrevista, ele afirmou praticar no Caism abortos em fetos malformados sem chance de sobreviver. A prática é ilegal e resultou em inquérito contra o médico, ainda em andamento. Uma comissão de ética nomeada pela reitoria da Unicamp para analisar os casos de aborto dentro do Caism considerou a prática legal. Segundo a comissão, os abortos só eram feitos quando a gestante também corria risco de vida. Nesse caso, o Código Penal permite a prática. Segundo o delegado, a enfermeira, que trabalhava no Hospital de Clínicas da Unicamp, morreu de septicemia (infecção generalizada) provocada por aborto incompleto. Faundes não foi localizado ontem para falar sobre o caso. O médico João Luiz Silva, que responde pelo órgão na ausência de Faundes, também foi não foi encontrado até as 19h. Texto Anterior: Promotor quer inquérito sobre aborto Próximo Texto: 62% dos paulistanos querem mudar a lei Índice |
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