São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Entidade analisa as águas do rio Tietê

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Núcleo Pró-Tietê, da Fundação SOS Mata Atlântica, inaugurou ontem um programa de educação ambiental e monitoramento da qualidade das águas do rio Tietê.
Integrantes da entidade colheram amostras de água junto à confluência dos rios Tietê e Pinheiros, na altura do Cebolão, interligação viária das marginais, na zona oeste de São Paulo.
As amostras serão colhidas ao longo de todo o rio. Os resultados serão divulgados no final de cada mês, até agosto do próximo ano.
"Será um índice da sociedade", disse o geógrafo Mário Mantovanni, 38, coordenador do núcleo.
A iniciativa, segundo ele, não significa um confronto com as notas de qualidade obtidas através do IQA (Índice de Qualidade das Águas), apurado pela Cetesb. "Queremos que a sociedade tenha uma outra referência", observou.
A Folha revelou na semana passada que o IQA das águas do Tietê coletadas na estação Edgard de Souza, em Santana do Parnaíba, na região metropolitana, caiu durante o governo Fleury.
O índice, que era 21,1 (ruim) em 90, caiu para 18,3 (péssimo) em 1992 e 13,6 (péssimo) no primeiro semestre de 1994.
Mantovani informou que a metodologia para o exame da água na região metropolitana, a mais crítica, será adotada segundo os padrões internacionais do manual "Métodos Padrões para o Exame de Água e Resíduos", de 1993.
Os resultados, acrescentou, serão divulgados publicamente em linguagem simplificada e de caráter educativo para a sociedade.
Ele criticou o comportamento do governo em relação às informações sobre o programa de despoluição do Tietê.
"É uma situação gravíssima. É mais fácil obter dados sobre o Tietê em Washington do que em São Paulo", afirmou.
Ele defendeu ainda que o governo crie um programa de comunicação "sério e não publicitário".
"A campanha para despoluição do Tietê foi o maior movimento ambiental da América Latina. Agora o governo quer transformar esse esforço em oportunismo eleitoral", disse.
A água será analisada com base em 30 parâmetros, que incluem metais, bactérias, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e oxigênio dissolvido.
A coluna de BARBARA GANCIA deixa de ser publicada esta semana por motivo de férias.

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