São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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'Ele está no limite da ficção'

EDUARDO NONOMURA
DA AGÊNCIA FOLHA

A pesquisadora de psicologia e antropologia da USP, Ronilda Ribeiro, acredita que Jenuário Xavier, o Lula, poderia ser a personagem de uma obra literária.
"Lula se situa no limite entre a ficção e a realidade. Apesar de sua existência concreta, ele poderia ter saído de um livro."
O relato biográfico de Lula serve como modelo do homem natural sonhado por gente que vive nas cidades, acredita a pesquisadora.
Lula, para Ribeiro, leva-nos a refletir sobre nós mesmos. Isto porque ele é aceito por pessoas de seu convívio da forma como ele é.
As pessoas urbanas, ao contrário, procuram falsear seus comportamentos para garantir aceitação, afirma a pesquisadora.
O antropólogo Marcos Lana entende que Lula não pode ser visto como um homem isolado. "Há convivência, mesmo que ele seja vítima de preconceito", afirma.
Lana, professor da Universidade Federal do Paraná, acha que o Brasil, como sociedades da Índia, adimite "indivíduos fora do mundo".
Dorgival Caetano, professor da Unicamp, não vê em Lula um diagnóstico de psiquiatria.
"Pelos dados coletados, a única coisa que poderia levantar dúvida seria a questão da sexualidade."
Essa hipótese, no entanto, seria descartada porque Lula não teria contato íntimo com mulheres.

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