São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Projeto cria 'túnel virtual' na Oscar Freire

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A mais chique das ruas da cidade prepara-se para a mais ousada renovação urbana destes anos 90.
Até dezembro, a rua Oscar Freire, nos Jardins (zona oeste), deverá exibir novos traços, saídos da prancheta do arquiteto Carlos Bratke, 51, o responsável pelo luxuoso conjunto de prédios pós-modernos da avenida Luís Carlos Berrini, no Brooklin (zona sul).
O lance mais radical prevê a retirada de postes e fiação aérea da rua e respectivo "embutimento subterrâneo" de todo o sistema elétrico no trecho compreendido entre nove quarteirões, da avenida Rebouças até a alameda Casa Branca (veja quadro).
"Sem essa parafernália cinzenta, as calçadas ficarão mais fáceis para se transitar e as lojas ganham mais visibilidade", diz Bratke.
O projeto inclui a padronização das calçadas, com o material "fulget", um piso de pedriscos coloridos, em listras verticais, inspiradas na bandeira paulista.
Para facilitar a movimentação do público, totens serão instalados nas esquinas com informações sobre os serviços e lojas do quarteirão, acompanhados de bancos, lixeiras e floreiras.
Em busca de uma identidade própria para a rua, o projeto prevê ainda a instalação de arcos em estrutura de ferro e madeira (pergolados), onde seriam plantadas espécies de trepadeiras, em meio a um sistema de iluminação especial.
"A idéia é criar um espaço virtual, uma espécie de túnel que se formaria através dos arcos", diz Denise Barretto, 36, paisagista do escritório de Bratke (veja quadro).
Outra novidade, ainda segundo Bratke, dependendo do trecho da rua, é a implantação de coberturas nas calçadas. Conhecidas como "domus", são espécies de toldos em material transparente, blindado e à prova de riscos, que protegem os pedestres das chuvas, sem que eles percam a visão do céu.

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