São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Projeto vai preservar 'caos' típico das ruas

DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de remodelação da Oscar Freire não busca só uma diferenciação. Quer também manter distância das soluções arquitetônicas valorizadas pelos shoppings.
"A rua é caótica. Não há um padrão de linguagem. E também não queremos perder essa característica de loja de rua", diz Paulo Nilsen, 30, diretor da Associação da Rua Oscar Freire.
A entidade, criada em 1991, reúne 180 filiados, entre lojistas, donos de bares e restaurantes.
Nilsen concorda que o projeto propõe algumas comodidades típicas de um shopping, como maior facilidade de movimentação do público e melhor sistema de sinalização e comunicação.
"Não temos a pretensão de virar um shopping e somos contra a transformação da rua em um calçadão. Não há nada como passear ao ar livre, observar o movimento dos carros e ir ao bar sem esbarrar em uma multidão como nos shoppings", argumenta.
A paisagista Denise Barretto concorda: "A rua tem que manter o convívio normal de uma cidade, como a movimentação das crianças indo para a escola. Isso é diferente de um shopping e muito mais gostoso", observa.
"Parcerias"
A proposta de remodelação da rua deverá ser sustentada por uma "parceria" que envolva estabelecimentos comerciais, órgãos públicos e empresas privadas, segundo Nilsen.
Dentro de 20 dias, as partes se reúnem para discutir formas de financiamento para o projeto, cujo valor está estimado em aproximadamente US$ 2,5 milhões.
Se tudo correr bem, a idéia é remodelar o primeiro quarteirão, no trecho dos Jardins, entre a avenida Rebouças e a rua Melo Alves, até o final deste ano.
Os demais seriam então remodelados durante o próximo ano.
A prefeitura, através da Adminsitração Regional de Pinheiros, já manifestou apoio ao projeto e se dispõe a oferecer os serviços de obras civis necessários.
O sistema de rede elétrica subterrânea deverá adotar os mais modernos equipamentos do setor.
A multinacional ABB (Asea Bronw Boveri), líder mundial de engenharia de energia, se dispõe a patrocinar alguns equipamentos.
"O projeto promove uma modernização do espaço urbano. Não há interferência no meio ambiente e neutraliza a poluição visual", diz o engenheiro Said Maani Hessari, 40, da ABB. Ele estima que o custo dos equipamentos necessários para a rede subterrânea gire em torno de US$ 400 mil.

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