São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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A VEZ DA EUROPA

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Depois de duas temporadas de expectativa e de preparação à Copa dos EUA, o futebol da Europa enfim se reinterioriza e volta a se preocupar exclusivamente com os seus torneios interclubes.
Verdade que, já em setembro, se iniciarão os jogos eliminatórios do Euro-96, a se realizar na Inglaterra, pela primeira vez com 16 seleções numa fase final.
As agremiações do Velho Continente, todavia, já avisaram as suas federações: agora, será delas a prioridade do calendário e dos lucros.
Na Copa dos Campeões da Europa apenas entrarão equipes de real prestígio e de poder.
Provocou a revolução, entre outras coisas, o desmembramento do mapa geográfico do Velho Continente depois da queda do Muro de Berlim e do esfacelamento do ex-império comunista.
Sumiram países exclusivamente forjados na força militar. Ressurgiram nações antigas, fundamentadas na naturalidade das etnias.
Nesse cenário, a Uefa de Johannson, que abrigava pouco mais de 30 países, passou a ostentar quase 50 nações –inclusive com a incorporação de Israel.
Obviamente, não haveria datas justas para a montagem de uma Copa dos Campeões com tantos participantes.
Paralelamente, que sentido existiria em a Copa dos Campeões abrigar fragilidades de Luxemburgo, de Malta ou da Albânia, times sem nenhuma chance de arrebatar um empate sequer aos grandes Milan ou Barcelona?
As agremiações de prestígio pressionaram e a Uefa concedeu. Meros 24 clubes conseguiram se inscrever na Copa dos Campeões –aqueles provenientes das 24 nações de mais tradição e mais potência no ranking da Europa.
Aos remanescentes, resta o consolo de disputarem a Copa da Uefa, a terceira em importância e em arrecadação na Europa (a segunda é a Copa das Copas, ou Recopa).
Melhor para os grandes, eles somente principiarão os seus combates depois de uma etapa de qualificação, já inaugurada no dia 9.
E o ranking da Uefa já se mostrou implacável, sem protecionismos. Só escaparam da qualificação o Manchester United, o Barcelona, o Bayern Munique, o Spartak Moscou, o Benfica, o Anderletch, o Milan e o Ajax.
Este ano, a TVA/ESPN, emissora de esportes por assinatura, vai dominar as transmissões do futebol europeu.
Comprou os direitos de transmissão do Campeonato Italiano e briga com a TV Cultura para mostrar o Campeonato Alemão. Já tinha as ligas holandesa e inglesa.

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