São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Na infância, era considerado um extraterrestre

MARCELO SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Grande parte da inspiração de Sílvio Galvão na criação de seus bonecos, maquetes e miniaturas veio de sua fértil infância na Bahia. Criado por sete tias em Vitória da Conquista, o garoto era considerado por elas um "ser de outro planeta".
Fixação por temas alienígenas, pelo menos, ele sempre teve. Aos 15 anos, junto a quatro amigos, criou uma organização "fechadíssima", a OCI –Organização Contra Invasores. Fruto da fantasia do menino, o clube tinha como objetivo detectar seres estranhos na Terra.
Um dia descobriram um "alienígena": um mendigo da cidade. Armados de cordas e seringas, os garotos foram capturá-lo. Precisavam descobrir as intenções do suposto ET e salvar a Terra de suas garras. Descobertos antes de executar a missão, o plano foi frustrado e os garotos, considerados loucos e perversos.
Nas férias, ele era mandado para a fazenda de uma das tias –elas queriam, pelo menos por alguns meses, ficar longe do sobrinho prodígio. Ficava sozinho observando, intrigado, as construções perfeitas das formigas e de outros insetos. "Ficava tentando imitá-las", lembra.
Além da observação, o talento o ajudava a criar. Basta dizer que ele mesmo fazia seus brinquedos. Utilizando materiais reciclados, construía cidades interplanetárias, com direito a discos voadores e monstros.
Nem os brinquedos "normais" que ganhava eram poupados: Galvão sempre providenciava adaptações para encaixá-los ao seu mundo imaginário. (MSz)

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