São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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omando eleitoral do PT pode mudar

CARLOS EDUARDO ALVES
REPORTAGEM LOCAL

Comando eleitoral do PT pode mudar
O PT estuda a possibilidade de trocar o comando da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. O assunto será definido nas próximas horas pelo próprio candidato.
Em queda nas pesquisas, Lula tem sido aconselhado a tentar a mudança como última cartada para forçar a realização do segundo turno contra Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A avaliação é que a situação da candidatura é quase insustentável, apesar de a militância petista já dar sinais de reação. A troca de comando "oxigenaria" a tentativa de recuperação.
Lula ainda vacila em patrocinar a mudança, por temer que o ato estraçalhe a unidade interna do partido. Mas já lhe foi ponderado que ele não encontrará resistências caso reivindique os postos.
A primeira mudança na campanha já foi decidida: a partir de agora, os programas eleitorais de TV do candidato serão dirigidos ao eleitorado e não mais à militância partidária, como vinha ocorrendo.
Um Lula "com astral alto" aparecerá no vídeo para combater a imagem sisuda e irada que marcou as participações na TV até agora.
O otimismo dará o tom da nova fase do programa e o candidato "baterá" menos em FHC. O ataque, quando ocorrer, sairá na voz do locutor do programa.
A modificação representa mais um capítulo no vaivém do programa eleitoral do PT. O espaço já teve sua fase amena, depois passou para a hostilidade total em relação ao candidato tucano e agora retira do petista o papel agressivo.
Chegou-se a cogitar a substituição do publicitário Paulo de Tarso Santos, que assina a publicidade eletrônica de Lula. Mas Santos foi mantido devido à afinidade com Lula e à confiança política que recebe da cúpula petista.
Ontem à noite, cerca de 2.000 militantes participaram de uma reunião com a direção do partido. Até as 22h30, Lula não havia chegado ao evento que ocorreu em seu comitê central de campanha em São Paulo.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que "se não estamos melhor na campanha, isso se deve à direção da campanha".
Falcão reclamou da falta de recursos materiais que possibilitariam municiar a militância. Prometeu ainda que o programa de TV será reformulado, embora não tenha detalhado as alterações.
Jair Meneguelli, ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse que "não tem luta salarial que é mais importante que a eleição de Lula".
Meneguelli declarou também que os 33 mil dirigentes da central estarão a partir de hoje integrados mais diretamente à campanha presidencial do PT.
Valério Arcari, dirigente do PSTU, receitou para Lula "enfrentar a fraude do real com coragem".

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