São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Guerra dos Roses agita a mídia tapuia

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

A taba da propaganda tapuia está sendo sacudida por uma pororoca de deixar a guerra das cervejas no copo. Nas últimas semanas, publicações dirigidas ao mercado publicitário vêm dando amplo destaque à briga do casal Rubens Carvalho dos Santos e Leda (Lolly) Flora Assumpção.
Ele vem a ser o todo-poderoso superintendente nacional de comercialização do SBT. Ela é a acionista majoritária da Cinemídia, única empresa do mercado especializada em comercializar espaço publicitário em telas de cinema –uma mina de ouro.
Pois bem. Depois de seis anos de casamento, os dois se separaram judicialmente. Ocorre que Lolly detém 99,5% das ações da Cinemídia, empresa criada em parceria com o ex, pois, como funcionário do SBT, Rubens nunca pôde assumir acionariamente a Cinemídia.
Agora que a união foi desfeita, ele quer seu quinhão. Nada mais natural. O que não é muito natural é o fato de a disputa estar envolvendo meio mundo da publicidade tapuia.
Eu explico: Rubens fez publicar na imprensa um anúncio em forma de abaixo-assinado com o título "Rubens Carvalho dos Santos estamos com você", acompanhado de 200 nomes ilustres da publicidade.
Trata-se de uma obra de ficção. O ilustre Enio Mainardi, por exemplo, aparece como signatário, mas desconhece o manifesto. "Nem abaixo, nem assinado, aliás, nem sei do que se trata", diz ele.
Agnelo Pacheco, outro ilustre que consta da lista, também nega o apoio explícito: "Não assinei nada e não tomo partido dele ou dela".
Lolly retaliou com anúncios na imprensa garantindo que a Cinemídia fica como está, ou seja, que ela continuará dona de 99,5% das ações.
Em briga de marido e mulher não se mete a colher. Mas, pe, pe, peraí! E os funcionários da Cinemídia, como é que ficam?
Assustados pelos boatos de que a empresa está prestes a ir para o ralo, eles protestaram em frente ao prédio do SBT, com cartazes do tipo: "Sr. Rubens, pare agora. Nós amamos a Cinemídia e vamos lutar por ela".
Os funcionários da Cinemídia poderiam ter evitado essa corda bamba. Bastava terem se informado de antemão sobre a vida pregressa de seus empregadores. Rubens já foi casado três vezes e Lolly, quatro...

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