São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Ricupero propõe reforma acelerada
VIVALDO DE SOUSA
Em sua opinião, o próximo presidente precisa aprovar logo nos primeiros cem dias de governo uma reforma tributária, capaz de solucionar o problema de caixa do Tesouro Nacional. Ricupero lembra que já no próximo ano o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) deixa de existir. E, em 96, é a vez de o FSE (Fundo Social de Emergência) ser extinto. Isto pode comprometer o equilíbrio orçamentário a partir do próximo ano, quando assume o novo presidente da República, o que dificultaria o combate à inflação. A avaliação do ministro da Fazenda do Plano Real é positiva. "O plano, até aqui, está cumprindo os seus objetivos, que terão de ser consolidados com reformas estruturais, para as quais o próprio plano gera condições", afirmou o ministro. Ricupero disse que o plano já começou a ter efeitos benéficos sobre a população de renda mais baixa e a que era mais prejudicada pela corrosão diária da moeda e do salário. O aumento de consumo verificado em agosto deve se estabilizar em setembro. O consumo cresceu entre a população de baixa renda para compra de eletrodomésticos através do crediário. Como o orçamento doméstico não comporta muitas prestações e as financeiras têm limite de crédito, a tendência é que não ocorra explosão de consumo. Para dar continuidade ao plano de estabilização, Ricupero avalia que as prioridades para o próximo presidente da República na área econômica são: reforma da Previdência Social e desregulamentação do mercado de trabalho. Três pontos devem dominar a agenda econômica, segundo o ministro: consolidação da estabilidade econômica, retomada sustentada do crescimento e geração de empregos numerosos e mais bem remunerados. O principal motivo da inflação brasileira, disse Ricupero, é talvez a indexação, a correção monetária, que "criou um mecanismo perverso de realimentação da inflação, a ponto de nós chegarmos a um tipo de inflação de expectativas que acelerava ainda mais o processo inflacionário". Ricupero disse que é possível aumentar a participação do trabalho na renda nacional, hoje em 30%. "A estabilização da economia é um poderoso fator de atração de investimentos e de geração de empregos", disse o ministro. Texto Anterior: BNDES propõe mudar FGTS Próximo Texto: Cai imposto de carro e arrecadação sobe 30% Índice |
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