São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Policiais vivem inferno em filme

"Rush" conta história verídica

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

A atuação de policiais disfarçados de traficantes ou consumidores de drogas rende assunto para filmes em Hollywood desde a década de 70, mas só mostrou seu melhor exemplar em 91, com "Rush: Uma Viagem ao Inferno".
Baseado em uma história verídica, contada em livro por uma ex-policial, "Rush" ficou mais conhecido pela balada "Tears in Heaven", de Eric Clapton, na trilha sonora. Traz Jason Patric e Jennifer Jason Leigh nos papéis principais.
Os dois são agentes infiltrados tentando descobrir quem controla o tráfico em uma cidadezinha do Texas nos anos 70. Mas perdem o controle e passam a ser fregueses daqueles que deveriam combater.
Pesado, deprê, "Rush" não é para qualquer público. Incomoda. Talvez isso tenha influenciado a decisão de não lançá-lo nos cinemas do Brasil. Foi distribuído só em vídeo.
Na produção de filmes sobre policiais "undercover", a maior polêmica ficou longe dos cinemas. Em 1976, os EUA foram sacudidos por um episódio da série "Starsky e Hutch".
Quem via as aventuras da dupla de tiras desbocados talvez recorde o episódio em que Hutch (o loiro) se disfarça de junkie. Traficantes descobrem e aplicam nele uma overdose.
Os telefones da emissora começaram a tocar na metade do filme, com protestos irados para tirar o programa do ar.
Quando Starsky (o moreno) rouba drogas apreendidas pela polícia para dar ao amigo e aliviar suas dores, o público enlouqueceu. Rendeu assunto para um mês de discussões.
No Brasil, passou na Bandeirantes e ninguém falou nada.

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