São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Corporativismo pulveriza verba
LÚCIA MARTINS
As propostas de financiamento foram discutidas por José Fernando Perez (diretor-científico da Fapesp), Roberto Leal Lobo e Silva Filho (professor titular e ex-reitor da USP), e Carlos Vogt (diretor-executivo do Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa e ex-reitor da Unicamp). Segundo Perez, o problema maior não é a falta de verba. "A universidade não sabe avaliar os seus projetos adequadamente e tem dificuldades de fazer opções, o que acaba causando desperdício." Para Perez, isso acontece por causa das "práticas cartoriais" que vão da estabilidade de emprego à falta de um sistema de avaliação interno. O desperdício de recursos também foi citado por Lobo, que ressaltou o gasto "excessivo" com pessoal."Os salários estão baixos mas, em contrapartida, a universidade tem gente demais", afirmou. A falta de recursos é acompanhada, segundo Perez, pela pequena produção de pesquisa. Seria necessário aumentar o número e a qualidade dos pesquisadores. A participação do setor privado na injeção de recursos foi lembrada por Vogt. Deve haver, afirmou, uma política de encorajamento para que as empresas participem dos projetos da universidade. Para Vogt, "a questão do volume de recursos está ligada à criação de políticas de incentivo". Perez concorda: "A pesquisa tem que ter uma relação direta com a atividade produtiva do país, através da capacidade de produzir conhecimento tecnológico". Lobo alertou para o despreparo da universidade para receber recursos. O ex-reitor explicou que as verbas muitas vezes oneram a administração. "É preciso mudar a estrutura orçamentária." (LM) Texto Anterior: Modelo único é questionado Próximo Texto: Dificuldade é acertar critérios Índice |
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