São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Bantin diz que livro é caro
JOSÉ BANTIN DUARTE
A primeira coisa é a seguinte: que leitor é esse que nós queremos segurar, que leitor é esse para quem queremos vender livros? Esse leitor a rigor não existe, porque nós poderiamos pensar, por exemplo, no leitor das grandes cidades, que frequentam as boas livrarias, que são poucas neste país, seja em São Paulo ou seja no Rio, nas grandes capitais. Pois bem, este livro que é consumido nessas livrarias, por esses leitores que inclusive lêem os suplementos de cultura e vêm aos debates da Folha ouvir o que os editores têm a falar, não chegam a 10% da produção editorial brasileira. Há um outro leitor, por exemplo, que não pode comprar livro, embora tenha o gosto pela leitura, porque simplesmente não pode comprar, não tem dinheiro, não ganha o suficiente. Aí vem aquela demanda reprimida de que o Sérgio Machado falou e que assustou os editores durante o Plano Cruzado, numa famosa Bienal aqui em São Paulo. Só que há uma coisa que nós editores, às vezes, não enfrentamos devidamente e é uma questão que nós colocamos sempre embaixo do tapete: é a questão do preço do livro. O livro brasileiro é um livro caro, basta conversar com os livreiros. A reclamação maior que eu ouço dos livreiros é esta: o livro é caro. Então, os editores brasileiros têm que resolver essa questão do livro caro. Há os leitores, que estão por esse Brasil todo à procura de livros que não são de ensaios, não são de ficção, mas são livros de informação, livros por exemplo até esotéricos, religiosos, literatura juvenil, livros infantis. Quer dizer, há um leque de leitores muito grande, caracterizar esses leitores é muito difícil. Texto Anterior: Editor fala da demanda reprimida Próximo Texto: Rocco critica governo Índice |
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