São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Schwarcz diz que cresceu a profissionalização

LUIZ SCHWARCZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

A partir dos exemplos das editoras Record, da Brasiliense, da Nova Fronteira e de outros tantos, nos últimos anos, foi-se criando um trabalho de profissionalização do mercado, um desenvolvimento do marketing do livro, que permitiu por sua vez a profissionalização da relação com a imprensa.
Possibilitou também o reconhecimento de que a imprensa cultural no Brasil é uma das que garantem maiores espaços à cultura do que em muitos países, inclusive entre os europeus.
As editoras também passaram a reconhecer o livro como produto, e que era lícito o uso do "marketing". Coisa que não existia antes, quando se pensava editorialmente enquanto editores missionários, que se acreditavam imbuídos de uma missão e não de um trabalho profissional. Nesse sentido, eu acho que houve um avanço muito grande, houve um avanço na qualidade editorial.
Passou a existir mais profissionalização, o reconhecimento do produto, mas dentro de uma realidade que oscilou muito, em um país muito problemático e instável, como é o Brasil.
Ainda há muita coisa a ser feita nesse sentido, mas não pretendo discutir política governamental aqui. Penso, no entanto, que é básico para o nosso trabalho, uma política econômica de estabilidade, uma política educacional condizente, que possa criar leitores e educá-los.
Creio também que nós, os editores, devemos aprimorar nossa relação profissional com os autores. Acho que o diálogo e a discussão profunda do trabalho autoral é um componente para tornar o livro mais atraente e creio que nós ousamos pouco nisso e é necessário avançar mais.
Estamos fazendo alguma coisa, mas é um desafio que nós temos. E essa é uma questão que eu me coloco e coloco à nossa classe: a profissionalização da relação com o autor. Eu acho que há mecanismos de profissionalização da relação comercial que foram muito pouco explorados e que poderão ser mais explorados também desde que sejam desenvolvidos pelos editores.

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