São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Mercenário age em função de pagamento

FERNANDO ROSSETTI
DO ENVIADO ESPECIAL

Ao contrário do terrorista –como Carlos, o Chacal–, cujo trabalho em geral tem motivação político-ideológica, o mercenário age em função de dinheiro.
"Nós queremos soldados profissionais", diz o diretor da Executive Outcomes, Eeben Barlow, sobre como escolhe seus homens.
Segundo ele, na conversa inicial com o candidato é dito: "Não vamos depender de suas posições políticas, colocaremos isso de lado, e você será dedicado ao serviço que deve realizar".
"Não queremos que alguém use sua posição como plataforma política para influenciar outras pessoas. Se nós pegamos pessoas fazendo isso, nós as despedimos."
A idéia é oferecer "o melhor serviço na área". "Todos nossos homens têm experiência de combate. Sabem como treinar pessoas, fazer um ataque, como se infiltrar, como utilizar armas pesadas, como chamar fogo de artilharia", diz.
"Temos pilotos de avião de caça que treinam as Forças Aéreas de Angola". A escolha da pessoa para quem Barlow vende seus serviços tem alguns critérios.
Entre eles: "Trabalharemos para qualquer governo, desde que seja o governo legítimo do momento. Também não queremos ser usados para entrar e influenciar pessoas politicamente. Este não é o nosso serviço."
Ele diz que "a maioria dos trabalhos fora da África foram relacionados à luta contra organizações de crime. Treinamos homens de repressão às drogas, treinamos pessoal de governos e de companhias em como enfrentar crimes de colarinho branco. Já treinamos agências de inteligência".
Além disso, o grupo de Barlow declara que desenvolve ações humanitárias. "Damos atendimento médico para as populações que vivem nas áreas onde fazemos os treinamentos, purificamos água para eles. Também estamos ocupados com um trabalho missionário, temos padres em nosso quadro, acredite ou não", diz.
(FR)

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