São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994
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Ricupero quer discutir 'emendão'; FHC é contra

LILIANA LAVORATTI
VIVALDO DE SOUSA

LILIANA LAVORATTI ; VIVALDO DE SOUSA; GABRIELA WOLTHERS; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, defendeu ontem que o Congresso comece a discutir já em outubro as emendas constitucionais para realizar a quarta fase do Plano Real.
Ricupero está negociando com o presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB), a criação de seis ou sete comissões temáticas para propor emendas à Constituição.
O candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, se colocou contra a proposta de Ricupero, que quer aprovar as reformas este ano.
O tucano argumenta que o detalhamento da reforma tributária só será feito após as eleições, caso vença. Ele também admitiu que a reforma administrativa não fará parte de seu programa de governo.
"Isso você faz quando chega ao governo", disse.
A decisão de FHC foi tomada para evitar problemas políticos na reta final de campanha.
Ele teme que o anúncio de um enxugamento no primeiro escalão do governo desagrade aos aliados –principalmente o PFL e PTB.
O próprio presidente Itamar Franco disse ontem que não tem tempo nem a intenção de enviar um projeto de "emendão" ao Congresso após o primeiro turno.
"Não, não tem emendão nenhum. Com a graça de Deus, tô no fim", reagiu Itamar, cabelos cortados e visivelmente irritado, lembrando que tem apenas mais quatro meses de governo.
Itamar disse que, em vez de discutir propostas de emenda, deveria dar impulso à idéia de convocar uma assembléia revisora exclusiva.
Avaliação do real
Ao avaliar ontem o segundo mês do real, Ricupero disse que fez "um balanço das profecias desmentidas" e que "a alegria do IPC-r alto vai durar pouco".
A afirmação foi feita ao ser questionado se o IPC-r alto não prejudicaria a candidatura de FHC.

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