São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994 |
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O mapa da derrota
JOSIAS DE SOUZA
Produziu-se na reunião uma avaliação realista. Os mais ferozes adversários do petismo não teriam sido tão severos. Havia 30 parlamentares no encontro. Apenas 11 falaram. O deputado paulista Eduardo Jorge foi o mais enfático. Pôs o dedo na grande ferida da candidatura Lula. Eduardo Jorge investiu contra os diretórios do PT na Paraíba e no Rio Grande do Norte. "Temos que intervir. Só a intervenção resolve esse problema". Os petistas da Paraíba impediram que o partido se aliasse ao peemedebista Antônio Mariz, candidato ao governo local. Os do Rio Grande do Norte inviabilizaram a aliança com a pedetista Vilma Faria. Nos dois Estados, a legenda do PT está pendurada em candidaturas que não ultrapassam a marca de 1% nas pesquisas, puxando o desempenho de Lula para baixo. Também favoráveis à política de alianças, Aloizio Mercadante e José Genoino fizeram um apelo à unidade partidária. "Estamos no meio da batalha. É preciso deixar as divisões para depois", resumiu Genoino. O mineiro Paulo Delgado lançou holofotes sobre outro problema do PT nesta campanha: o desânimo da militância petista. A tese de Delgado é a de que os militantes do partido envelheceram. O petista que foi às ruas por Lula em 89, com idade que variava entre 20 e 25 anos, hoje tem mais o que fazer. O militante pode estar casado, com um filho de cinco anos. Está a procura de emprego. Não tem tempo para segurar bandeiras em comícios, a menos que se transforme em cabo-eleitoral, com direito a remuneração. A última pesquisa Datafolha, publicada hoje, demonstra que a realidade tem sido cruel com o PT. A despeito do soluço da inflação, Fernando Henrique continua subindo. O candidato tucano está agora 22 pontos percentuais acima de Lula. O PT parece mesmo condenado a discutir os próprios erros. O partido acordou tarde. Texto Anterior: Itamar faz desafio à Justiça Eleitoral Próximo Texto: Itamar com enjôo Índice |
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