São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994 |
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Bolsas e dólar comercial registram queda
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Os analistas frustraram-se com a não aprovação da criação dos fundos de investimento em títulos da dívida externa. No mercado futuro, as cotações para outubro, por exemplo, chegaram ao patamar de R$ 0,948. Fecharam em R$ 0,939 (a mínima registrada foi de R$ 0,938). O dólar comercial (exportações e importações), depois de atingir o patamar na venda de R$ 0,893, fechou cotado a R$ 0,885 para compra e a R$ 0,887 para venda. Em resumo: o governo deu seu primeiro passo, mas está longe de desarmar a armadilha do câmbio. Muitos analistas consideraram o passo cauteloso demais e, de novo, ficaram preocupados os que acreditam que o governo está amarrado pela conjuntura política para adotar as medidas que, segundo eles, são exigidas para o sucesso do Plano Real. A entrevista do ministro serviu também como senha para um processo de realização de lucros nas Bolsas, que lideraram o ranking das aplicações no mês. Com volume baixo, a Bolsa paulista fechou em baixa de 0,93% e a carioca, de 1,0%. No mercado acionário, foi um dia de boatos. FHC teria caído em uma pesquisa eleitoral. Os preços das ações estão embutindo uma vitória eleitoral de FHC já no primeiro turno. Qualquer alteração neste quadro, apontado pelas últimas pesquisas, pode provocar um ajuste de preços (para baixo). Assim, a torcida de alguns analistas por um vitória no primeiro turno não é ideológica –é financeira. Na área de juros, o BC vendeu títulos públicos aceitando uma taxa-over de 5,40%. Por isto, embora o mercado acredite que o BC vá fixar, para setembro, um juro do over ao redor de 5,25%, o dinheiro "secou" no CDI. As taxas do CDI chegaram a bater nos 5,35%. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,124% no último dia 29. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 5,27% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média do over foi de 5,31% ao mês. CDB e caderneta As cadernetas rendem 2,6418% no dia 1º de setembro. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 55,5% e 57% ao ano. Títulos pós-fixados de 153 dias pagaram juros entre 15,3% e 16,6% ao ano mais TR. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram de 5,30% ao mês a 5,40% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 56% e 64,5% ao ano. No exterior Prime rate: 7,75%. Libor: 5,25%. AÇÕES Bolsas São Paulo: o índice fechou a 53.294 pontos com baixa de 0,93% e volume financeiro de R$ 283,170 milhões. Rio: baixa de 1,0% (I-Senn), fechando com 20.672 pontos e volume financeiro de R$ 50,528 milhões. Bolsas no exterior O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.913,42 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.628,53 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.535,00 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,885 (compra) e R$ 0,887 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, na média, por R$ 0,887 (compra) e por R$ 0,889 (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,910 (venda). "Black" cabo: R$ 0,905 (compra) e R$ 0,915 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,88 (compra) e R$ 0,91 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 0,27%, fechando a R$ 11,26 o grama na BM&F, movimentando 1,86 toneladas. No exterior Segundo a agência "UPI", em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5785 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,57 ienes. Em Londres, a libra foi cotado a US$ 1,5375. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 386,30. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,75% ao mês, a 3,82% para outubro e a 3,94% para novembro. No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,917 para 30 de setembro. O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 55.700 pontos. Texto Anterior: Proposta prevê menos IPI para todos os carros Próximo Texto: CMN estimula compras para segurar o dólar Índice |
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