São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994
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CMN estimula compras para segurar o dólar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) baixou ontem um pacote de seis medidas com o objetivo de elevar a cotação do dólar, em baixa desde o lançamento do real. Ontem, o comercial foi negociado a R$ 0,887.
As medidas visam aquecer a procura de dólar no mercado, e assim induzir à alta nas cotações. Para isso, foram facilitadas as compras da moeda estrangeira por importadores e devedores em dólar.
"Queremos desobstruir mecanismos que inibem a importação e o investimento no exterior", explicou o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco.
O CMN aprovou o fim da exigências de guias para a realização de importações. Esses documentos, exigidos desde 1968, atrasavam algumas operações em até três meses, devido à burocracia.
Os importadores também ganharam o direito a financiamentos equivalentes ao valor total da operação, em prazo superior a 360 dias. Para este prazo, só se permitia financiamento de 80% do valor da importação.
Devedores em dólar poderão pagar antecipadamente suas obrigações. Segundo Franco, há um mercado potencial de US$ 22,5 bilhões para essas operações, decorrente da dívida externa privada.
Foram permitidas compras e vendas antecipadas de dólar, para saldar operações com vencimento futuro. É uma forma de o comprador se prevenir de uma alta excessiva da cotação do dólar.
O CMN ampliou de US$ 1 milhão para US$ 5 milhões o limite máximo para remessas de dólar com o objetivo de investir no exterior. Segundo o BC, o limite anterior foi estabelecido em uma situação de escassez de dólares no país.
Pessoas jurídicas (empresas, fundos de pensão e fundos de investimento) ganharam autorização para adquirir imóveis no exterior. Até então, só pessoas físicas podiam fazer a operação.

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