São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994
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Água e turfas garantem o malte escocês

LUÍS FRANCISCO CARVALHO Fº
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O uísque é hoje uma poderosa indústria. As destilarias deixaram de ser empreendimentos familiares. São controladas por grandes grupos empresariais.
Ainda se pode encontrar nas Terras Altas o processo de maltação tradicional, como em Benriach, mas é uma exceção.
Em Buckie, há uma companhia capaz de preparar toneladas de cevada automaticamente. O trabalho dos artesãos de cada destilaria, antes responsáveis pelo fabrico e recuperação dos barris de carvalho, foi terceirizado. O "blended" adquiriu uma cor padrão.
Mas nem por isso a produção do malte perdeu o seu charme. O controle de qualidade é rigoroso. As destilarias são pequenas, muitas delas fundadas no século 19. São capazes de preparar reservas especiais para datas comemorativas. A bebida pode permanecer mais de uma década envelhecendo.
A origem do uísque é desconhecida, mas a Escócia está comemorando os 500 anos do primeiro registro oficial de sua existência: uma autorização real de 1494 para que um frade produzisse "aqua vitae" ou "água da vida". O país é o maior consumidor per capita da bebida, cerca de 500 mil litros por semana, e os escoceses ainda brindam em gaélico: "slainte mhath" (pronuncia-se "slanju va").
O malte continua cercado de segredos. É como um monopólio natural. A água das Terras Altas e a turfa de suas florestas não existem em outro canto do mundo.
(Luis Francisco Carvalho Fº)

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