São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Palhinha deixa Morumbi escoltado por um segurança

DA REPORTAGEM LOCAL

O meia Palhinha, que errou o pênalti na decisão da Taça Libertadores da América, deixou o Morumbi, ontem de madrugada, acompanhado por um segurança.
O jogador do São Paulo, demonstrando abatimento, deu apenas uma declaração. "O futebol é minha vida. Hoje, eu deixei um pouquinho dela aqui."
Logo após o jogo, Palhinha deixou o vestiário, de toalha, e foi se encontrar com sua mulher, Adriane. Abraçou-a e entrou de novo.
Ontem, o jogador evitou a imprensa e os torcedores. No prédio em que ele mora na Mooca, a informação o dia todo foi de que ele não estava em casa.
Mais tarde, sua mulher contou que ele ficou em casa o dia todo. À noite, seria comemorado o aniversário de André, seu filho.
Esse foi o segundo pênalti consecutivo que o jogador perdeu na Libertadores. Na semifinal, ele também desperdiçou uma cobrança diante do goleiro do Olimpia. Mas o São Paulo venceu a decisão.
No jogo anterior, contra o mesmo Olimpia, Palhinha fizera um gol de pênalti. Ambas as cobranças foram no canto esquerdo.
Antes da partida final, o goleiro Chilavert fez uma provocação contra Palhinha. "Eu sei como ele cobra e se bater eu vou pegar", afirmara na véspera do jogo.
No pênalti que deu a vitória ao São Paulo no tempo normal, Palhinha não teve chance de enfrentar o seu rival. "O Telê mandou o Muller cobrar", contou o atacante Euller depois da partida. Telê confirmou a história meia hora depois.
Telê negou que tenha sido um erro escalar Palhinha para cobrar o primeiro pênalti, apesar de seu desempenho nos treinos não ter sido dos melhores. "O Palhinha é um jogador de cabeça fria e de boa técnica. É, com o Muller, um dos dois cobradores do time."
Telê disse que conversou com todos os jogadores que iriam cobrar pênalti. "O Palhinha me disse que estava bem. Por isso, o escolhi. A responsabilidade é minha."

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