São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994
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Perfil da bancada está indefinido

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das incógnitas petistas na próxima eleição é o perfil da bancada de deputados federais do partido.
A ala mais moderada do partido espera que as urnas legitimem os parlamentares para um provável confronto com a maioria ortodoxa hoje abrigada na direção do partido.
Mas há entre os moderados o temor de que a queda de Lula na corrida presidencial acabe confinando o eleitorado do partido aos grupos mais ligados ao corporativismo, o que em tese daria um caráter mais radical à bancada no Congresso.
As expressões parlamentares mais conhecidas do PT servem hoje de contraponto à burocracia partidária. Pertencem à ala deputados como José Genoino (SP), Aloizio Mercadante (SP), José Fortunati (RS) e Chico Vigilante (DF).
O vaticínio mais corrente no PT é que os campeões de voto partidário nos Estados continuarão saindo das alas não-ortodoxas.
Mas de 90 para cá aumentou muito o peso do corporativismo no partido, especialmente aquele que defende os interesses do funcionalismo público, com tendência à radicalização.
Se Lula vencer a eleição, deverá intervir pessoalmente na disputa entre moderados e ortodoxos. O presidenciável sabe que não terá maioria parlamentar e que sua base no Congresso terá que ser alargada por acordos que passarão longe da retórica radical.

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