São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994
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Drogas monopolizam Vara dos Menores

EDNA DANTAS RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O envolvimento de crianças e adolescentes pobres com drogas é a maior origem dos casos analisados na 2ª Vara de Menores do Rio de Janeiro.
Segundo a comissária de menores Maria Júlia Monteiro, em torno de 90% das entradas registradas na 2ª Vara de Menores têm algum tipo de relacão com drogas, como a cocaína.
Em julho, por exemplo, houve o registro de entrada de 142 menores.
Na favela de Vigário Geral (zona norte do Rio), a Folha flagrou na semana passada dois meninos –aparentando em torno de oito anos– cheirando cocaína numa das vielas da favela.
Eram os chamados "vapores" de Flávio Negão, conhecido traficante local.
"Vapor" é o nome dado a quem, em troca de dinheiro ou droga, vai buscar dentro da favela cocaína ou maconha, a pedido de algum usuário.
Através do juiz Siro Darlan, da 2ª Vara de Menores, passa mensalmente um grande número (não estimado pela Vara) de meninos e meninas envolvidos direta ou indiretamente com drogas.
"Muitas vezes se entra aqui por roubo ou furto. Mas, em geral, roubam para comprar drogas. E o tipo de droga mais usada tem sido a cocaína", declara a comissária Maria Júlia Monteiro.
A Folha ouviu dois garotos no Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador (zona norte).
A seguir, trechos de uma das entrevistas.
LEIA MAIS sobre drogas e menores na pág.7.

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