São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994 |
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Morador de rua fala em "conspiração"
DA REPORTAGEM LOCAL Moradores de rua se disseram revoltados com as técnicas usadas para expulsá-los de locais cobertos na cidade.Um sem-teto que se identificou apenas como Alexandre falou até em "conspiração" contra os moradores de rua ao comentar o óleo queimado que algumas lojas deixam em suas portas. Alexandre vive há dois meses nas ruas de Campos Elíseos (centro) e diz que todos os donos de lojas tentam expulsar os mendigos. "O pessoal das lojas joga esse óleo, que suja nossa roupa e nossa pele, e não nos deixa dormir aqui", disse Alexandre, passando o dedo na porta de uma loja com vestígios do óleo recém-retirado. Cerca de 15 pessoas que moram embaixo do viaduto 11 de Junho (zona sul) também dizem viver uma situação de desespero, com a prefeitura colocando grades nos viadutos. Maria de Fátima Gabriel, 36, mora no local há 5 meses e diz não saber para onde ir. Vivem com ela quatro filhas com idades entre 5 meses e 9 anos. Seu marido morreu de Aids há seis anos. Há cinco anos, ela descobriu que é portadora do vírus. Ela conta que o grupo que vive no local sobrevive de esmolas obtidas nos semáforos das proximidades e de alimentos doados. Texto Anterior: Independência passa por uma nova avaliação Próximo Texto: Secretaria realiza 'censo' de sem-teto Índice |
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