São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994
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A inflação é real

DEMIAN FIOCCA

A inflação pós-plano é real. Os índices expressam os aumentos em URV no final de junho, o impacto da entressafra, a elevação dos aluguéis e serviços e todos os demais aumentos do custo de vida que, corretamente e por definição, chamam-se inflação.
Medida pelo IPC-Fipe, a perda de poder aquisitivo foi de 4% em junho (50,8% de inflação contra 46,6% da URV), mais 7% em julho e aproximadamente 2% em agosto, somando, portanto, 13%. Calculada pelo IPC-r, foi de 6,1% até 15 de julho, mais 5,5% até 15 de agosto e pelo menos mais 1% até hoje, logo, 13% também.
Não importa que a inflação –em URV e depois em real– apareça em meses diferentes devido ao período em que cada índice coleta os preços. O total acumulado é similar e alto.
É enganador o argumento de que essa inflação é um resíduo da moeda velha. Os índices que comparam cruzeiros reais com reais foram de 30,8% (IPC-Fipe) e 40,0% (IGP-M) em julho. Os 6% ou 7% desse mês são resultado da comparação de preços em URV e em reais, na mesma moeda, portanto. O IPC-r de agosto soma-se inexoravelmente aos aumentos em URV de fins de junho e em reais do início de julho.
Nada garante que vários ítens não possam continuar a subir.

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