São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994 |
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Decreto cria corredores no Brasil
VICTOR AGOSTINHO
Mas existe um esboço "natural" de corredor com o que ainda resta na Mata Atlântica –que sai do norte do Paraná e chega ao Rio de Janeiro– junto ao Parque da Serra do Mar. Na opinião de Ibsen de Gusmão Câmara, 70, da comissão de sobrevivência de espécies da IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza, organização não-governamental da Suíça), o conceito dos corredores "é uma das formas de se evitar a extinção de espécies isoladas em pequenas áreas". Câmara se baseia em estudos que mostram que grupos de animais com menos de 50 indivíduos, isolados em áreas restritas, estão condenados à extinção. O principal motivo é a degeneração genética causada pela reprodução de animais consanguíneos. O representante da IUCN reconhece que implantar um corredor é coisa dispendiosa, que implica desapropriação de terras e restauração da mata onde ela estiver degradada. Mas, segundo ele, é preciso aprofundar este conceito. Para o biólogo Ítalo Pompeu, 31, da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo (SMA), o ideal seria que os corredores passassem sempre por regiões de mananciais das cidades. "Abasteceria os animais e preservaria os recursos hídricos". Pompeu afirma que "um corredor só pode ser viabilizado depois da realização de um inventário minucioso da fauna e flora que vai ser interligada". O biólogo diz que não há decisão no âmbito da SMA para a criação de corredores. Só no Estado de São Paulo há cerca de 120 unidades isoladas de conservação, que variam de 100 hectares a 2.000 hectares. Texto Anterior: A armadilha do corredor verde Próximo Texto: Corpos em movimento Índice |
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