São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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A hora do voto e a responsabilidade de cada um

NEWTON CAVALIERI

Aproxima-se o momento em que a sociedade brasileira irá comparecer às urnas para escolher seus representantes nas esferas federal e estadual.
Trata-se de um dos mais amplos leques eleitorais já vistos na história recente do país e, por isso mesmo, carregado de grande significado e de enorme responsabilidade, principalmente da parte dos que têm o dever de indicar os nomes que traçarão os destinos da pátria e dos cidadãos nos próximos anos.
Simpatias e idiossincrasias à parte, é de fundamental importância que os eleitores saibam fazer suas respectivas escolhas dentro da lógica e da razão, sem ilusões a respeito de promessas que não podem ser cumpridas.
Só pela análise desapaixonada das propostas e programas de governo, ao lado de contínua vigilância sobre o passado de cada um, será possível levar aos principais cargos públicos do país, inclusive e principalmente à Presidência da República, postulantes identificados com as reais aspirações e necessidades de uma sociedade imersa em profundas contradições, perdida na ausência de projetos estruturais factíveis e, como se não bastasse, às voltas com crises permanentes na economia, na política e na moral.
O Sinicesp acredita que colaborou para desvendar aos seus associados parte dessas propostas, ao receber e inquirir os principais candidatos ao governo do Estado de São Paulo, possibilitando o debate franco e aberto sobre as principais questões com as quais os eleitos irão se defrontar desde os primeiros dias.
Ao cumprir seu dever, como órgão de classe que é, espera ter contribuído para tornar mais acessível e transparente o perfil dos candidatos e os pontos básicos de suas propostas de trabalho.
Independente das diferenças naturais de cada um, nunca será demais ressaltar que, como empresários de um setor que tem todas as condições para ajudar a alavancar a economia, como importante gerador de empregos, temos todos a obrigação de priorizar propostas que privilegiam a livre iniciativa, a economia de mercado e, por último, mas não por derradeiro, a mais absoluta transparência nos negócios públicos.
Só a parceria bem fundamentada entre a iniciativa particular e poder público, em todas as esferas, poderá fazer com que se encontrem soluções para problemas das mais diferentes magnitudes que hoje manietam a economia, lançam descrédito sobre a atividade política e se refletem forçosamente na condição do povo, na fragilidade das instituições e deságuam num quadro de empobrecimento generalizado, de desesperança mesmo em relação ao futuro.
Não podemos perder de vista, nesta hora tão importante, que somos todos passageiros do mesmo barco e a cada um corresponde pequena mas importante parcela de responsabilidade sobre o que nos esta reservado daqui para a frente.
Votar com a consciência da melhor escolha, sem dar vez para promessas utópicas ou visionárias, que a nada levam além da desarticulação do pouco que ainda temos, é a única forma de desatar o nó que lamentavelmente tem impedido que este país, tão grande e dadivoso, alcance o lugar que lhe está destinado e permita aos seus cidadãos superar as dificuldades que há muito tempo vêm impedindo a paz, a harmonia e, principalmente, a tão almejada justiça social, base e fundamento para qualquer sociedade harmônica e progressista.

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