São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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"Nem o Michael Jordan entra", diz jogador

DA REPORTAGEM LOCAL*

'Nem o Michael Jordan entra', diz jogador
Pai Gil, Jabá, Cicatriz, Jamaica e Montanha são todos negros. É o time infanto-juvenil do Tietê.
Têm 16 anos. Seus nomes são, pela ordem, Cleiton, Nílson, Paulo, Michel e José Carlos. Vivem na periferia de São Paulo.
Alguns acordam às 4h30 para chegar ao clube às 7h. Têm como maior ídolo Shawn Kemp, ala-pivô do Seattle Supersonics (EUA).
Paulistano
O Paulistano negou a acusação de preconceito. O diretor de esportes, José Eduardo Lima, 49, explicou que só se entra no clube com convite ou cartão magnético.
Quando há jogos no ginásio da rua Colômbia, um portão lateral é aberto. Os adversários e o público não podem entrar no clube.
O clube tem cerca de 27 mil sócios, dos quais "muito poucos" são negros, segundo o diretor. Tem atletas negros, como três jogadoras de vôlei feminino.
Lima dá uma explicação social: "É o sentimento que as pessoas têm de viver em seu grupo. É um problema mais deles do que nosso procurar um ambiente onde se sintam à vontade".
Segundo o supervisor Milton Azevedo, o segurança que barrou os atletas –que não foi encontrado ontem– negou ter feito declarações racistas.(AFt)
Colaborou o NP

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