São Paulo, sábado, 10 de setembro de 1994
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Quércia reconhece que sua situação "é ruim"

GEORGE ALONSO
ENVIADO ESPECIAL A CASCAVEL (PR)

Orestes Quércia, candidato do PMDB à Presidência da República, admitiu ontem pela primeira vez que suas chances de chegar a dirigir o país estão cada dia mais reduzidas.
"As pesquisas mostram um quadro ruim", disse o candidato em Cascavel (PR), onde realizou comício à noite.
Quércia afirmou ainda que o "caso parabólica", que provocou a saída de Rubens Ricupero do Ministério da Fazenda, não deve afetar o desempenho de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), líder nas pesquisas, e render muitos votos para os adversários do tucano.
"O episódio já deu o que tinha que dar", disse o peemedebista. Segundo ele, porém, "já começam a surgir sinais de que o povo já não está com muita certeza com relação a Fernando Henrique".
O candidato tem tentado aproveitar essa desconfiança, surgida após as declarações de Ricupero, para manter sua candidatura viva, se batendo na defesa de 12% de reposição salarial já, referentes à inflação de julho e agosto.
Quércia voltou a criticar o uso da máquina do governo a favor de FHC. "Há um apoio deslavado e desmedido."
Mas ontem, em Cascavel, Quércia foi beneficiado pela máquina administrativa. Para inchar o comício, além de artistas, as catracas dos ônibus urbanos foram liberadas. A passagem normalmente custa R$ 0,40.
O prefeito de Cascavel, Fidelcino Tolentino, é do PMDB. "Qualquer candidato que vier fazer comício aqui pode acertar isso com as empresas de ônibus", disse.
Por enquanto, só Quércia fez comício na cidade. Ele discursou para cerca de 6.000 pessoas na praça principal de Cascavel, segundo a PM. Ontem à noite, o candidato ainda faria comício em Foz do Iguaçu (PR).

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