São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994 |
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O QUE DIZ O RELATÓRIO DA ANISTIA A repetida ocorrência de casos de assassinato de meninos de rua manchou a reputação do Brasil perante a comunidade internacional As violações dos direitos humanos associadas à violência urbana continuam sendo um problema que precisa ser enfrentado A despeito da nova legislação e das inúmeras iniciativas das autoridades no campo dos direitos humanos, prosseguem sem controle os abusos dos direitos humanos nas pequenas e grandes cidades brasileiras A morte nas mãos da polícia ou de integrantes de esquadrões da morte faz parte da vida diária da população urbana pobre no Brasil Somente em 1991 a polícia de São Paulo matou 1.140 civis no desempenho de suas funções Em contraste, numa cidade de tamanho comparável e no mesmo ano, a polícia de Nova Iork alvejou e matou 27 civis Os policiais envolvidos em casos de disparos fatais desfrutam de imunidade judicial quase total, especialmente quando as vítimas são pobres Existem provas importantes do envolvimento de um número significativo de policiais civis e militares nas atividades dos esquadrões da morte Com frequência os políticos locais protegem e apoiam os esquadrões da morte. Os inquéritos policiais (sobre assassinatode crianças) não chegam a concluir-se na maioria dos casos A prática de tortura é comum nas delegacias no Brasil. A polícia, sob a pressão da necessidade de combater a escalada do crime, passou a fazer justiça pelas próprias mãos 'São generalizados o excesso de detentos, a falta de assistência médica e legal, a tortura e os maus-tratos dos detentos e o molestamento de visitantes. Texto Anterior: Anistia aponta aumento da impunidade Próximo Texto: O argumento falso Índice |
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