São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Itamar age de má-fé, diz petista

DA SUCURSAL DO RIO

Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário do que fez em outros dias, não poupou ontem o presidente Itamar Franco de críticas.
Ele acusou Itamar de usar de má-fé contra os trabalhadores e de se submeter à "ditadura dos tecnocratas".
O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, também foi alvo das acusações de Lula, que concedeu entrevista, de manhã, no hotel Luxor (zona sul do Rio).
As críticas do petista se devem à proibição pelo governo da cessão de abono salarial pelas montadoras aos metalúrgicos do ABC paulista.
O petista qualificou Ciro como "cabo eleitoral" de Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB à Presidência.
"O que o ministro está fazendo é uma atitude insana porque os empresários estavam comprometidos a não repassar para os produtos as 40 horas de abono", disse.
"Eles (os tucanos) estão é com a mesma postura de Collor em 89. É mentir descaradamente. É ser cínico descaradamente. É brincar com o sentimentos de um povo".
Segundo o candidato, a ação do governo é "um contra-senso".
"Fico deprimido quando vejo o governo falar que vai abrir as importações para poder castigar os empresários brasileiros. Porque ele vai gerar empregos na Europa e desemprego no Brasil", disse.
Lula afirmou estar convencido da subordinação do presidente Itamar "aos tecnocratas do Ministério da Fazenda", empenhados, segundo ele, em realizar "experiências econômicas".
Depois de deixar o Rio, o petista e sua comitiva foram pra São Luís (MA), onde seria realizado mais um comício da campanha.
Em Fortaleza (CE), o vice de Lula, Aloizio Mercadante, disse que Itamar está proibindo a livre negociação no país.
"Hoje o presidente promulga um decreto-lei que só permite a negociação durante a data-base. Isso é uma afronta à Constituição", afirmou Mercadante.

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