São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 1994
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Ágio do dólar paralelo chega a 6,43%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O ágio do dólar no paralelo atingiu ontem o recorde de 6,43% em relação à cotação de venda do dólar comercial. É o maior ágio desde 17 de setembro do ano passado (+7,0%).
Clarice Pechman, diretora da Anecc (Associação Nacional de Empresas Credenciadas em Câmbio), diz que o ágio reflete as últimas circulares do Banco Central e a antecipação do mercado a uma eventual recuperação do dólar .
Pechman diz que o mercado está considerando a cotação de R$ 0,85 um patamar mínimo para o dólar comercial. A decisão do Banco Central de operar com pequenos valores com bancos privados deu uma indicação ao mercado de que a autoridade poderá atuar sem fazer o alarde dos leilões.
Segundo analistas, o mercado do dólar deve ser mais fraco hoje, pois alguns operadores devem se ausentar dos negócios, por causa do feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão).
Os juros continuaram em alta ontem, apesar da taxa de inflação (apurada pela Fipe) em São Paulo ter iniciado setembro em queda. É que o Banco Central já havia sinalizado juros em elevação no leilão do dia anterior.
As Bolsas abriram em alta, mas recuaram no fechamento. O índice Bovespa registrou valorização de até 2,36% no início dos negócios e acabou fechando com baixa de 0,62%.
O mercado acionário abriu em alta com a notícia de que a Justiça anulou a subscrição de 1990 da Telebrás. O mercado acreditava assim que não haveria novas colocações de papéis.
A Telebrás enviou informações ontem às Bolsas esclarecendo que a ação judicial do aumento de capital de junho de 1990 não teve decisão final. Após a divulgação da informação (10h) pela Telebrás, o índice da Bolsa começou a cair.
As maiores altas na Bolsa paulista ontem foram de papéis de empresas do setor de papel e celulose: Klabin PN (+11,8%); Suzano PN (+7,0%) e Papel Simão PN (+3,7%).

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,128% no último dia 12. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 5,38% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,41% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 2,9088% hoje. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 57,0% e 57,4% ao ano. Os papéis pós-fixados de 153 dias pagaram taxas de 13% a 21% ao ano mais a TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,56% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 58% e 69% ao ano.

No exterior
Prime rate: 7,75%. Libor: 5,38%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 54.764 pontos com baixa de 0,62% e volume financeiro de R$ 493,82 milhões. Rio: baixa de 0,2% (I-Senn), fechando com 21.953 pontos e volume financeiro de R$ 47,89 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.895,33 pontos, contra 3.879,86 no dia anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.398,10 pontos, contra 2.427,30 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.919,38 pontos, contra 20.046,11 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,853 (compra) e R$ 0,855 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado no dia anterior, na média, por R$ 0,858 (compra) e por R$ 0,860 (venda). "Black": R$ 0,90 (compra) e R$ 0,91 (venda). "Black" cabo: R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,86 (compra) e R$ 0,89 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,45%, fechando a R$ 11,09 o grama na BM&F, movimentando 999 quilos, contra 1,23 tonelada no dia anterior.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5688, contra 1,5625 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5370 marco alemão, contra 1,5490 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,53 ienes, contra 99,03 no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 389,10, contra US$ 390,60 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,88% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,873 para 30 de setembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 57.000 pontos.

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