São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Equipe econômica perde monopólio das decisões
SÔNIA MOSSRI
Já na primeira medida que tomou ao assumir a Fazenda– redução de alíquotas de importação–, Ciro não aceitou os argumentos da maior parte da equipe e atendeu às ponderações do Ministério da Indústria e Comércio. O ministro também discorda reservadamente da equipe com relação à queda das taxas de juros, o que causa apreensão na equipe técnica da Fazenda, ligada ao candidato da aliança PSDB-PFL-PTB à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso. Por outro lado, o ministro tem um aliado de peso no governo, que é o grupo palaciano. O ministro, seguindo o exemplo do presidente Itamar Franco, questiona quase que diariamente as taxas de juros praticadas pelo Banco Central. O assessor especial da Fazenda, Edmar Bacha, o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, reivindicavam alíquota zero para importação de bens duráveis, como fornos de microndas, geladeiras e televisões. O secretário de Política Econômica, Winston Fritsch, e o secretário-executivo da Fazenda, Clóvis Carvalho, queriam um diminuição de, no mínimo, 50% das alíquotas. Nenhuma das duas alternativas foi a escolhida por Ciro. Ciro acabou reduzindo as alíquotas, mas não na proporção desejada pela equipe da Fazenda. Ele levou em conta os argumentos da Indústria e Comércio de risco de retração dos investimentos no país, mediante uma diminuição muito forte das alíquotas. O ministro do Planejamento, Beni Veras, adquiriu novo papel com a ida do colega cearense Ciro para a Fazenda. Ciro consulta Beni Veras frequentemente. Texto Anterior: Disciplina marca estilo de Ciro Gomes Próximo Texto: Governo quer recuperar créditos de R$ 3 bi depositados na Justiça Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |