São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Sobrenome é programa de governo de candidatos

Cunhado de Quércia concorre à Câmara

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tal pai, tal filho. No próximo dia 3 de outubro, só em São Paulo, pelo menos quatro parentes de políticos renomados tentam se eleger deputados, aproveitando o vácuo de velhas raposas eleitorais.
Um deles é Reynaldo de Barros Filho, 32, filho de "Reynaldão", como é conhecido seu pai, que atualmente integra o secretariado de Paulo Maluf na Prefeitura de São Paulo (leia texto nesta página).
Engenheiro como o pai, Reynaldinho quer ser deputado estadual pelo PPR. Ele assume no slogan a herança política. "Tal pai, tal filho" é o que pregam seus cartazes, outdoors e "santinhos".
Já o peemedebista Orestes Quércia sabe que tem dois jovens parentes em seu espelho retrovisor.
Ricardo Ulson e Adriano Quércia, cunhado e sobrinho do timoneiro do PMDB, decidiram passar pelo teste das urnas.
Ulson, que almeja uma vaga na Câmara Federal, além de médico, participa também do grupo de candidatos que ironicamente são chamados de "bons partidos".
O rapaz é proprietário de duas clínicas médicas em Campinas (99 km a noroeste de SP), de um sítio de 30 alqueires em Araçoiaba da Serra (112 km a oeste de SP) e de um apartamento avaliado, segundo ele, em R$ 200 mil em Campinas.
Já Adriano Quércia, politicamente mais comedido no momento, sonha com um lugar na Assembléia paulista.
Como Ulson, Adriano vive bem e não precisaria desse assento. Ele já anda bem acomodado, ora num Corolla importado ora num Kadett.
Outro candidato que integra o rol dos herdeiros políticos é Jânio Quadros Neto. Cobiça o legado do avô, o ex-presidente Jânio Quadros. "O janismo está vivo", diz.
Fora de São Paulo, só para citar um exemplo, Cássio Cunha Lima carrega nas veias o sangue político do pai, Ronaldo Cunha Lima (PMDB), ex-governador da Paraíba, que em 1993 ficou conhecido por ferir a tiros de revólver seu adversário Tarcísio Burity (PFL). Cassinho tenta a reeleição como deputado federal.

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