São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Parentes "vestem a camisa" de Quércia

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

No rastro de Orestes Quércia, o cunhado Ricardo Ulson, 30, e o sobrinho Adriano Quércia, 26, debutam nas urnas como, respectivamente, candidatos a deputado federal e estadual pelo PMDB.
Ulson se diz de centro-esquerda. "Tenho preocupações sociais. O Estado tem funções que não devem ser privatizadas."
Já Adriano se considera de centro. "Não sou fanático pela direita, sou um moderado", afirma.
Natural de Araras (SP), há cinco anos Ulson ganhou de Quércia uma camisa de presente. Agora, veste mesmo a camisa quercista.
"Nada se provou contra ele (Quércia). Ele é um homem direito, o maior político do país. Me espelho nele, pela sua capacidade, competência e moral", discursa.
É o que também repete Adriano, com uma diferença: como seu tio, ele não vê problemas na prática do nepotismo. "Desde que a pessoa seja competente. E, se não for, no mínimo tem que ser o funcionário mais esforçado", declara.
Ortopedista, Ulson (irmão de Alaíde, mulher de Quércia) trabalhou, por três anos, no governo Fleury como subsecretário de Saúde de 126 municípios da região de Campinas e Vale do Paraíba.
Já Adriano, engenheiro, também esteve no governo, como funcionário do Baneser (empresa prestadora de serviços do Estado) cedido à CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).
Na infância, Ulson já sonhava em ser prefeito de Araras. Na adolescência, tinha como ídolo Che Guevara, que como ele foi médico –antes de ser guerrilheiro e virar "símbolo de uma geração".
Hoje, na luta por votos, Ulson anuncia uma de suas grandes armas: a criação da carteirinha de saúde do idoso. "Quero garantir atendimento e baterias de exames periódicas a quem mais precisa."
Promete ainda implantar, de vez, o Sistema Unificado de Saúde. "Precisa ser regulamentado."
Nas horas de relax, em São Paulo, sai engomadinho ("adoro roupa bem passada") e frequenta o bar Cabral e a danceteria Kremlin.
Adriano, por sua vez, é mais sóbrio. Prefere o Suntory, restaurante japonês. "Cover" de Quércia, ele imita o tio até ao falar. Começa frases com "veja bem", usa o "nós" para listar promessas e a entonação da voz é parecida.
Seu cardápio eleitoral prevê apoio à pequena empresa, "para criar empregos."(George Alonso)

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