São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Sobe em outubro

DEMIAN FIOCCA

Setembro promete ser o mês mais tranquilo do processo de estabilização. Os índices de inflação apontam para a faixa de 1,5% a 2%, as recomposições salariais ainda não terão impacto e vários setores sociais parecem aguardar as eleições de 3 de outubro para liberar as pressões acumuladas desde junho.
A greve dos metalúrgicos do ABCD talvez fosse evitada se o governo não intervisse desastradamente. Mas as demandas salariais não por isso desapareceriam. A concessão de aumentos em vários Estados, municípios e empresas apenas corroboram as disputas latentes. O atraso nas tarifas públicas e a valorização do câmbio tendem a pôr em cena novas pressões sobre as âncoras da moeda.
Em outubro, a percepção dessas pendências tende a crescer, alguns salários já estarão mais altos, e os atuais aumentos de preços no atacado atingirão os índices ao consumidor. Por esses motivos, o IPC-Fipe e o IPC-r provavelmente subirão.
A incógnita do próximo mês é o resultado do primeiro turno. Uma vitória de FHC estabiliza as expectativas, mas libera as pressões. Confirmada uma tendência de alta da inflação, não se pode descartar a hipótese de medidas recessivas. Havendo segundo turno, tais medidas ficam pelo menos adiadas.

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