São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Qualidade requer quebra de estrutura arcaica

DA REPORTAGEM LOCAL

A implantação de um programa de qualidade total requer a quebra de estruturas arcaicas, com apoio do comando da empresa, pois do contrário não avança.
Esse diagnóstico é do gerente do Programa de Qualidade Total da Pirelli Pneus, Antonio Carlos Gomes Peixoto, durante palestra na Folha. Peixoto falou sobre "Excelência empresarial: da estratégia à ação", dentro da série "A busca da qualidade total".
Para se implantar o programa é preciso, primeiro, que haja a conscientização da diretoria da empresa. Só depois se pode avançar para outras etapas, diz Peixoto.
É preciso avaliar a dimensão dos problemas e estabelecer os objetivos e metas a serem alcançados. A seguir, formam-se grupos gerenciais e times de qualidade, explica o gerente da Pirelli.
Quais são os objetivos a serem alcançados? Peixoto dá uma resposta simples: hoje há demanda crescente por qualidade, custo e tempo. Tradução: o consumidor quer produto mais barato, no menor tempo e com mais qualidade.
O tempo de implantação de um programa de qualidade varia de empresa para empresa, diz Peixoto. No caso da Pirelli, o programa tinha como objetivo reduzir em 50%, entre três e quatro meses, os problemas diagnosticados.
O marketing interno é uma importante arma a ser usada para "integrar os esforços" na implantação do programa. A atuação do departamento de marketing é importante porque "as pessoas não resistem às mudanças quando participam efetivamente", diz.
Se o trabalho de sensibilização é feito de maneira adequada, cada pessoa faz sua parte satisfeita.
Uma vez implantado o programa, os grupos gerenciais devem se reunir periodicamente. A diretoria da empresa precisa estar ciente de que ela é a grande responsável pelo sucesso do programa, diz o gerente da Pirelli.
Para implantar o programa a empresa pode contratar uma consultoria. Neste caso, é preciso que duas coisas fiquem bem claras: a direção da empresa tem de apoiar a implantação do programa e, quando o trabalho da consultoria estiver concluído, o know-now do programa deve ficar na empresa.
Contratando ou não uma consultoria (no caso da Pirelli, Peixoto foi contratado exclusivamente para a função), a empresa deve sempre valorizar os profissionais que tem –contrariando a tese de que "santo de casa não faz milagre".
Um programa de qualidade precisa evitar determinados tipos de erro. Peixoto enumera três deles: problemas de conhecimento (não saber fazer), insuficiência de recursos (não poder fazer) e aspectos de atitude (não querer fazer).
Às vezes, segundo Peixoto, determinados programas não atingem os objetivos por uma série de fatores. Entre eles estão coordenação fraca, inexistente ou arbitrária, pressão para execução do trabalho, competição entre setores, falta de apoio da direção, falta de treinamento e desconhecimento técnico.

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