São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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Stratford recria época do poeta

SÉRGIO MALBERGIER
ENVIADO ESPECIAL A STRATFORD-UPON AVON

Stratford-Upon-Avon é a Shakespearelândia por excelência. Local de nascimento (1564) e morte (1616) de Shakespeare, Stratford (120 km a noroeste de Londres) recebe cerca de três milhões de turistas por ano, atraídos pelos escassos sinais da passagem do dramaturgo preservados na cidade.
Tantas atrações, todas com a devida entrada cobrada na porta, fazem da cidade um grande museu e caça-níqueis shakespereano.
Até a igreja, a Holy Trinity Church, cobra para permitir acesso ao túmulo do autor e cópias dos registros de seu batismo e morte.
Dentro da igreja, e nos outros museus e exibições da cidade, há lojinhas que vendem todos os souvenirs possíveis relacionados a Shakespeare: bandejas, camisetas, lápis, louça, jóias e cartões postais. As livrarias locais têm seções inteiras devotadas às centenas de títulos escritos sobre o dramaturgo.
Na casa onde Shakespeare nasceu, filho de um fabricante de luvas que depois assumiu funções administrativas na cidade, há dezenas de objetos e mobília da época do autor. Visitando-se a casa do médico John Hall, genro de Shakespeare, pode-se ver o estágio da medicina da época e como Shakespeare usou a medicina e nomes de doenças em suas obras.
A 1,5 km de Stratford está a casa da família de Anne Hathaway, com quem Shakespeare se casou, provavelmente em 1582, aos 18 anos. Anne era oito anos mais velha e estava grávida de três meses.
Há poucas evidências sobre a vida de Shakespeare, tanto em Stratford como em Londres. Mas até o Globe ficar pronto, visitar Stratford é a melhor forma de recriar o ambiente em que ele viveu.
Festival
Em Londres, onde o dramaturgo deve ter chegado pouco antes de 1590, a Royal Shakespeare Company (RSC), com seus dois teatros no Barbican Center, é o principal ponto de atração para o shakespeareano. A companhia está organizando de 25 de outubro a 20 de novembro o que chama de "primeira celebração internacional" da obra de Shakespeare no Reino Unido.
Grupos da Alemanha, Japão, Eua, Israel e Geórgia se apresentarão, incluindo uma montagem do "Mercador de Veneza" pela The Goodman Theatre de Chicago, dirigida pelo renomado Peter Sellars.
A RSC, com sedes em Londres e Stratford-Upon-Avon, exibe cerca de 15 montagens de Shakespeare por ano, atraindo um público de mais de um milhão de pessoas. Pela companhia passaram atores como Laurence Olivier, Vivien Leigh, John Gielgud, Ralph Richardson e Kenneth Branagh.
A RSC obtém cerca de metade de seu orçamento com a venda de ingressos, mas precisa do dinheiro do governo para manter suas luxuosas montagens. Para o biênio 94/95, a RSC receberá US$ 15,5 milhões do governo. A empresa de alimentos Allied-Lyons vai contribuir com mais de US$ 4,8 milhões nos próximos três anos.
Outras importantes companhias inglesas de teatro cujo repertório é baseado em Shakespeare são a English Shakespeare Company, dirigida por Michael Bogdanov, e a Renaissance Theatre, de Kenneth Branagh. (SM)

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