São Paulo, domingo, 18 de setembro de 1994
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De olho na rampa

DE OLHO NA RAMPA

O cenário eleitoral vinha apresentando uma relativa estabilidade ao longo das últimas semanas. A pesquisa do Datafolha publicada hoje traz novas oscilações na corrida para presidente que revelam uma retomada, para os dois principais candidatos, das tendências que se verificavam até o mês passado.
Depois de atravessar sem maiores arranhões o episódio Ricupero –o mais recente fato político de algum impacto no país–, Fernando Henrique Cardoso recuperou a trajetória ascendente que vinha registrando nas semanas anteriores, ainda que a alta de um ponto esteja na margem de erro da sondagem.
Já Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cair, perdendo dois pontos –também no limite da margem de erro. No balanço geral, a diferença entre o candidato tucano e a soma de todos os outros aumentou de seis para sete pontos percentuais. Somente se essa diferença for eliminada haverá um segundo turno.
A nova dinâmica do quadro eleitoral pode ser atribuída talvez à aproximação progressiva do pleito, agora a apenas 15 dias. O número de indecisos começa a baixar levemente e a sua distribuição pelas candidaturas tende a seguir um de dois caminhos: ou beneficia cada candidato de acordo com as intenções de voto já consolidadas ou se dirige mais ao primeiro colocado, porque parte do eleitorado prefere votar em quem parece ter mais chances de vitória. Em qualquer dos casos, essa previsível tendência do eleitor ainda indeciso beneficia Fernando Henrique, como é óbvio.
Tampouco se prevêem alterações no panorama econômico nas próximas duas semanas, o que significa que o grande eleitor de 94 –o real– deve continuar influindo com a mesma força até aqui revelada.

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