São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 1994 |
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Secretário de Defesa confia na força militar
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O general Raoul Cedras já descumpriu outros tratados similares ao firmado com Carter. O mais recente foi assinado pelo próprio Cedras em julho de 1993, em Nova York, sob o patrocínio da ONU. Cedras se comprometia a deixar o poder no Haiti até outubro daquele ano. "Desta vez, teremos 15 mil soldados e um formidável aparato de armamentos dentro do Haiti", disse Perry. No ano passado, tropas dos EUA que iriam fiscalizar o cumprimento do acordo de Nova York não conseguiram desembarcar em Porto Príncipe, devido à hostilidade de uma multidão armada, mas em trajes civis. Desta vez, depois de tomar o controle de 24 pontos estratégicos na capital e nas principais cidades do Haiti, os soldados dos EUA vão tentar desarmar as organizações civis paramilitares que apóiam Cedras e seus colegas. Esta pode ser a mais arriscada parte da "Operação Sustentar a Democracia". O cumprimento de tarefa similar na Somália deu início aos problemas que resultaram na retirada das forças dos EUA daquele país. Pelos termos do acordo de Carter, esta e as demais fases da operação devem ser executadas em conjunto pelas tropas dos EUA e do Haiti (sob a direção de Cedras) em clima "de respeito mútuo". Embora Cedras e seus colegas, como todos os outros integrantes do ministério do presidente Emile Jonassaint, tenham se manifestado contrários ao acordo no domingo, ontem todos prometeram respeitá-lo. A única exceção é o ex-chefe de polícia, Joseph Michel François, que integrava a junta militar mas se recusou sequer a se encontrar com Carter. Texto Anterior: País foi a 1ª república negra Próximo Texto: Presidente haitiano se diz um mártir Índice |
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