São Paulo, domingo, 25 de setembro de 1994 |
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Real toma voto jovem do PT
VINICIUS TORRES FREIRE
Nas duas últimas eleições para a prefeitura de São Paulo, por exemplo, os votos petistas eram cerca de 20 pontos percentuais maiores na faixa de 16 a 25 anos do que entre os eleitores de mais de 40. A pesquisa Datafolha de 13 a 15 de setembro para a eleição presidencial deste ano registra uma diferença de três pontos entre esses dois grupos de eleitores. O Real parece ter ajudado a dissolver essa diferença. Nas pesquisas anteriores ao início do plano, o eleitorado de 16/25 anos de Lula chegou a ser 12 pontos percentuais maior do que o total de lulistas votantes. Depois do Real, a diferença se reduziu tecnicamente a zero, comportamento equivalente ao do eleitorado jovem de FHC desde o início da eleição. "A candidatura FHC ocupou um grande espaço no centro político, espaço que vai da centro-esquerda à centro-direita. O centro ficou grande. Isso ajuda a dirimir diferenças entre os diversos grupos de eleitores", diz o cientista político Leôncio Martons Rodrigues. Entre o eleitorado jovem, a declaração de voto no candidato tucano invariavelmente começa, quando a isso não se limita, no elogio do plano de estabilização. A atribuição de "radicalismo" e "despreparo" ao candidato petista é o outro motivo mais citado pelos estudantes dos colégios de classe média para não votar em Lula. O fato de FHC ter sido professor universitário é raramente lembrado por seus simpatizantes. Andrea Rodrigues Alves, 14, da 8ª série do Colégio Augusto Laranja, diz que não desgosta de Lula, mas de seu plano de governo. "Ele é contra privatizações e acho que não tem muitos assessores competentes. Mas não gosto do preconceito que há contra ele, que é bem intencionado", diz. Texto Anterior: Enéas e Lula disputam 2º entre teens Próximo Texto: PT vence entre 'politizados' Índice |
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